05 de junho de 2014

A Diretora do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, disse que a realização da Copa do Mundo no Brasil gera oportunidades para muitos setores, como os de turismo e hospitalidade. No entanto, chamou a atenção para os riscos de um evento do porte da Copa, como a precarização do trabalho, as jornadas de trabalho excessivas, o trabalho infantil e a exploração sexual de crianças e adolescentes.

"Precisamos fazer um esforço para eliminar os riscos e ampliar as oportunidades. Precisamos colocar o respeito aos direitos humanos e ao trabalho decente no centro da Copa do Mundo", afirmou Laís Abramo na abertura do Seminário Turismo e Hospitalidade, realizado nesta terça-feira (3/6) para discutir o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Copa do Mundo 2014 com empresários e representantes de trabalhadores e promovido pela Secretaria Geral da Presidência da República.

Segundo a Diretora da OIT, o compromisso pelo aperfeiçoamento das condições de trabalho na Copa do Mundo (coordenado pela Secretaria-Geral e pelo Ministério do Trabalho e Emprego) e o compromisso pelo trabalho decente (coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego) "são a expressão de um processo muito importante de diálogo social" que está acontecendo no Brasil. "Não conhecemos acordos como esses, inéditos em eventos da Copa. Essa experiência servirá de referência para outras edições da Copa do Mundo e das Olimpíadas, e a OIT vai ajudar a divulgar essa experiência no plano internacional", disse Laís Abramo.

O Secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, destacou a potencialidade do setor para alavancar o PIB brasileiro, mas ressaltou que esse crescimento deve ser acompanhado de condições de trabalho adequadas. "A questão do trabalho decente é fundamental para que se dê um salto de qualidade no setor", declarou.

Carvalho também defendeu os investimentos que vêm sendo realizados pelo governo federal para a Copa do Mundo e afirmou: "os gastos com a Copa representam um mês do que gastamos com educação, e todas as obras que estão sendo construídas ficarão para os brasileiros. Além disso, a ampliação da nossa capacidade de trabalho é um legado para o país".

Os representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, Manoel Messias e Paulo Sérgio de Almeida, falaram sobre a importância de se alterar a realidade do trabalho pela mediação e pelo diálogo, com o objetivo de tornar os direitos do trabalhador reconhecidos por todos. "O trabalho decente será um dos legados da Copa do Mundo. Temos planos específicos de inspeção do trabalho em cada uma das cidades-sede, e o Compromisso Nacional pelo Emprego e Trabalho Decente vai nos ajudar a assegurar os direitos dos trabalhadores", declarou Paulo Sérgio.

Durante o encontro, que foi realizado no Auditório do Anexo I do Palácio do Planalto, também foram apresentadas as campanhas pelo trabalho decente (do Ministério do Trabalho e Emprego) e pelo enfrentamento da violência contra a criança e o adolescente (da Secretaria de Direitos Humanos). Participaram do seminário representantes do governo, de empregadores e de trabalhadores indicados para o Comitê Nacional e Comitês Locais de Acompanhamento do Compromisso Nacional.

Fonte: Revista Proteção